sexta-feira, 11 de maio de 2012

Liberdade, Organização e Limites na Adolescência

Adolescência. Esse termo não causa espanto ou novidade nos dias atuais; palavra simples (conceito nem tanto) que permeia os discursos tanto da ciência como do senso comum e aparentemente bem definida: fase que segue à puberdade – aproximadamente entre 14 e 21 anos. Mas, nem sempre a adolescência foi uma fase supostamente conhecida, valorizada e estudada como no século que acabamos de ultrapassar: o século XX.
Mas afinal, o que é adolescência?
A adolescência é, sem qualquer dúvida, uma fase de transição, da infância à idade adulta, mas está muito longe de ser um hiato, já que seus processos são intensos, ainda que sejam a maioria internos.
Educar adolescentes é uma tarefa instigante, emocionante, e, provavelmente, nenhuma outra vai trazer-lhe um retorno tão extraordinário. Os adolescentes querem emoção, vibração, e nem sempre, ou na minoria das vezes, agem de forma ajuizada. Querem privacidade, independência e os privilégios de um adulto, mesmo sem serem merecedores dessas regalias. Mas, sobretudo, lá no fundo, acredito que queiram amor, respeito e aceitação por parte de seus familiares.
Quase sempre os pais acham que educar um adolescente exige um esforço monumental, assustador, cansativo e capaz de pôr em risco o equilíbrio mental de qualquer um. É comum ouvirmos comentários do tipo: “Porque os adolescentes não vêm com um manual de instrução?”, “Tudo o que eu faço meu filho critica”.
Não se deve partir da premissa que ser pai, é saber de todas as respostas o tempo todo. Não tenham a pretensão de que é necessário tomar a decisão correta em todas as situações. Não dá pra fazer tudo sozinho!  
O período da adolescência é caracterizado pela necessidade de fazer escolhas, tomar decisões. É a busca do “eu” nos outros, na tentativa de obter uma identidade para si mesmo, pois é, sejam bem-vindos à famosa “crise de identidade”! E todo esse processo acarreta angústias, passividade ou revolta, dificuldade de relacionamento inter e intrapessoal, além de conflitos de valores, que, vira e mexe, nos questionam: “agora você vai ter que me agüentar, porque não fui eu que pedi pra nascer!” E acredito que, nesse momento de fúria, no qual nos enfrentam, testam, é que nos perguntamos “Como dar limites para um típico adolescente?”. É preciso esclarecer que, dar limites à um adolescente, é criar um espaço protegido, dentro do qual o adolescente poderá exercer sua espontaneidade e criatividade sem receio e riscos.
Não existe um conteúdo organizado sem um continente que lhe dê forma.
Limite significa envolvimento, “conter” o adolescente, suportar suas reclamações e protestos, enfim, enfrentar dificuldades. O limite é organizador, e nossos filhos, pedem isso de forma indireta, o tempo todo!
A pior forma de se educar um filho é não ter uma diretriz, uma linha educacional que lhes dê clareza e segurança. Se você for mais tradicional, mais liberal ou um misto destas duas tendências, tudo bem: desde que as coisas fiquem claras para os filhos, desde que haja coerência, constância e justiça nas atitudes dos pais.





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