sexta-feira, 11 de maio de 2012

Liberdade, Organização e Limites na Infância

A família é o lugar privilegiado para a promoção da educação infantil. Tem uma função organizadora e exerce papel fundamental na transmissão de valores e formação de conduta da criança.
Se pensarmos em termos de cronograma, a educação dos filhos até meados do século passado era um tanto diferente das atuais. No passado, a autoridade era inquestionável, os pais puniam, castigavam como um direito legítimo de educador, utilizavam-se daquela velha frase que ainda hoje, é comum algumas crianças ouvirem: “criança não tem querer!”.                    
Distorções e enganos em relação a essa nova forma de relacionamento familiar acarretaram mudanças na maneira de educar e trouxeram conseqüências inesperadas, tais como: filhos desobedientes, com problemas na escola, rebeldia, entre outros. E conseqüentemente, novas expectativas foram geradas quanto ao exercício das funções paternas e maternas.
Pensar na função materna nos remete ao cuidar, amamentar e construir na criança o sentimento de ser amado. Mostrar à criança que a realidade não é um mundo só de prazer, amor, carinho e satisfação, mas que também inclui perdas, separações e frustrações. As minhas experiências profissional e pessoal me ensinaram que a redoma não importa e também não é expressão do amor incondicional de pai e mãe. A gente tem é que ensinar os filhos a viver fora da redoma, ultrapassando todos os degraus com maestria, segurança e tranqüilidade.
A função paterna sempre esteve atrelada à idéia de manutenção, de provimento e de poder sobre os demais membros da família, entretanto, com o declínio do patriarcalismo e a luta das mulheres pelo direito à igualdade, essas concepções se alteraram. Contudo, nos dias de hoje essa função também está associada às regras, limites e organização dentro de casa, alguém que possa fazer a interdição, dizer pra criança que ela não pode extrapolar!
A presença do pai na vida do filho é tão importante quanto à da mãe, cada qual desempenhando suas funções no decorrer do desenvolvimento da criança.
Mas de nada adiantam mil teorias se na prática somos bombardeados por infinitas dúvidas, inseguranças, além das culpas que nos cercam diariamente! E acredito que as perguntas mais freqüentes são: devemos fazer regras em nossa casa? Como elas podem ser feitas? Quais os castigos que eu posso utilizar? Quando dizer sim ou dizer não? Enfim, é comum nos depararmos confusos e sem saber pra onde recorrer. Por isso, tenham claro que os filhos devem se tornar independentes sim, mas somente quando os pais tiverem exercido seus papéis e preparado seus filhos para que sejam eles mesmos. É importante que vocês, pais, estabeleçam poucas regras e que estas não sejam tão rígidas, nem tão pouco difíceis de serem cumpridas. É essencial que haja na criança o desenvolvimento sobre os valores morais e éticos, sobre o que é certo ou errado.
É possível SIM, ser um pai moderno, sem perder a autoridade, sem deixar que os filhos cresçam sem limites e sem a capacidade de enxergar e compreender o outro.
Mas afinal, o que é dar limites?
Simplesmente demarcar o que é permitido fazer ou não. Dar limites não se choca com dar carinho, atenção, segurança e amor aos filhos. Agir com segurança e firmeza de propósitos, mas com muito carinho faz com que os pais atinjam os objetivos educacionais com autoridade, que é diferente de autoritarismo!
Ver os filhos crescendo, tornando-se adultos interessados e responsáveis, é um sonho de cada um de nós. Vale à pena refletir sobre como estamos nos relacionando com nossos filhos!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário