quarta-feira, 30 de maio de 2012

Depressão na Adolescência

Durante muito tempo acreditou-se que os adolescentes, assim como as crianças, não eram afetadas pela depressão, já que se supunha que nesta idade não se tinham problemas concretos, muito menos existencial, visto que, a depressão era uma resposta emocional à problemática da vida, sendo assim quem não tinha problema, conseqüentemente não poderia ter depressão.
Muitos adultos ainda erram, quando diagnosticam a depressão no adolescente, como uma simples “coisa de adolescente”. A depressão não é parte natural do processo de crescimento, nem uma falha de caráter ou sinal de fraqueza, ela é um distúrbio que deve ser encarado seriamente em todas as faixas etárias e classes sociais, é uma doença que após diagnosticada, pode ser tratada.

Os adolescentes enfrentam diversos tipos de pressões, desde as mudanças da puberdade à questões sobre quem são e onde pertencem. A transição de criança para adulto também pode trazer conflitos com os pais, na medida em que os adolescentes começam a exigir a sua independência. Com todo este drama, nem sempre é fácil diferenciar entre depressão e estados de humor típicos da adolescência, o que torna as coisas um pouco mais complicadas. Os adolescentes com depressão não aparentam necessariamente tristeza. Em alguns adolescentes deprimidos, são mais visíveis sintomas como irritabilidade, agressividade e raiva.

As novas relações sociais do adolescente, seja com os pais ou com seu grupo de amigos também podem ser uma forte fonte de ansiedade e confusão, ao sentir que ninguém o entende. Os adolescentes em geral sempre se acham injustiçados por tudo e por todos. Isto se agrava se este adolescente estiver dentro de uma família um pouco desorganizada, ou que esteja passando por determinados problemas, e não conseguem lidar da maneira mais adequada.

Normalmente o adolescente tem dificuldade em se comunicar, em contrapartida, atua, age – é a forma que encontra para se comunicar, por exemplo, se ele é cobrado para que estude e suas notas estiverem na média, ele se sente injustiçado e provavelmente agirá de forma birrenta e assim, terá uma diminuição nas notas por conta de mostrar que suas notas estavam dentro da média, o que seria bem mais fácil dialogar.

É importante ficar atento aos sinais de depressão na adolescência, sendo eles: tristeza, desespero, irritabilidade, raiva, choro freqüente, hostilidade, isolamento, perda de interesse por atividades que anteriormente realizava, alteração do sono e da alimentação, sentimentos de culpa, falta de motivação, dores inexplicáveis, extrema sensibilidade às criticas,entre outros.

A depressão pode causar baixos níveis de energia e dificuldades de concentração. Na escola, pode resultar em falta de atenção, declínio das notas, ou dificuldades com os trabalhos de casa. É comum o adolescente deprimido fugir de casa ou falar acerca disso. Os pais devem ficar atentos pois, tentativas deste gênero, são usualmente pedidos de ajuda. Os adolescentes podem utilizar drogas e/ou álcool para se “auto-medicarem”. Infelizmente, o abuso de substância só torna as coisas ainda piores. A depressão pode levar um adolescente a sentir-se feio, envergonhado, falhado, ou sem valor.

Anorexia, bulimia, comer de mais e fazer dietas “yo-yo” são freqüentemente sinais de depressão. Os adolescentes podem utilizar a internet como escape dos seus problemas. Mas o uso excessivo de computadores apenas aumenta o seu isolamento e torna-os ainda mais deprimidos.

Cortar-se, queimar-se, e outros tipos de auto-mutilação estão quase sempre associados a depressão. Os adolescentes deprimidos tendem a assumir comportamentos de risco, como conduzir embriagado, exagerar no consumo de bebidas alcoólicas, e ter relações sexuais sem proteção.

Alguns adolescentes deprimidos, geralmente aqueles que são vitimas de bullying,  tornam-se violentos. Os adolescentes deprimidos podem desenvolver aversão a si próprios e desejo de morrer, podem originar uma raiva violenta e até homicida.

Adolescentes seriamente deprimidos pensam e falam em suicídio, ou chamam à atenção com tentativas de suicídio. De acordo com os especialistas, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens dos 15 aos 24 anos. Para a maioria dos jovens suicidas, a depressão ou outra desordem psicológica têm um papel fundamental. Em jovens deprimidos que abusam de álcool ou de drogas, o risco de suicídio é ainda maior.

Quanto ao tratamento, a primeira coisa a fazer é procurar ajuda de um profissional capacitado para que o mesmo possa diagnosticar a doença e então entrar com aconselhamento e tratamento. O adolescente, os familiares e o médico devem chegar a uma decisão sobre o tipo mais adequado de tratamento para o paciente. Para alguns adolescentes, a psicoterapia e aconselhamento bastam, mas para outros não é o suficiente, sendo necessário o uso de medicamentos juntamente com a psicoterapia e o aconselhamento que envolve: o adolescente e sua família, sendo bastante benéfico.

Bibliografia: WELLER, E. B. e WELLER, R. A. Transtornos depressivos em crianças e adolescentes. In: Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Carta aos filhos

Saiu no site da revista época uma notícia em que um pai deixou uma carta, antes de morrer aos filhos, na qual continha 28 lições de vida, colocarei na íntegra como foi publicado. Vale à pena ler e principalmente refletir sobre qual respaldo devemos educar nossos filhos! É muito interessante...
“Nessas últimas semanas, depois de saber de meu diagnóstico terminal, procurei encontrar em minha alma e em meu coração maneiras de estar em contato com vocês enquanto vocês crescem. Estive pensando sobre o que realmente importa na vida, e os valores e as aspirações que fazem das pessoas felizes e bem-sucedidas. Na minha opinião, e vocês provavelmente têm suas próprias idéias agora, a fórmula é bem simples.
As três virtudes mais importantes são: lealdade, integridade e coragem moral. Se aspirarem a elas, seus amigos os respeitarão, seus empregadores o manterão no emprego, e seu pai será muito orgulhoso de vocês.
Estou dando conselhos a vocês. Esses são os princípios sobre o quais tentei construir a minha vida e são exatamente os que eu encorajaria vocês a abraçar, se eu pudesse.
Amo muito vocês. Não se esqueçam disso.
Seja cortês, pontual, sempre diga “por favor” e “obrigado”, e tenha certeza de usar o garfo e a faca de maneira correta. Os outros decidem como tratá-los de acordo com as suas maneiras.
Seja generoso, atencioso e tenha compaixão quando os outros enfrentarem dificuldades, mesmo que você tenha seus próprios problemas. Os outros vão admirar sua abnegação e vão ajudá-lo.
Mostre coragem moral. Faça o que é certo, mesmo que isso o torne impopular. Sempre achei importante ser capaz de me olhar no espelho toda manhã, ao fazer a barba, e não sentir nenhuma culpa ou remorso. Parto deste mundo com a consciência limpa.
Mostre humildade. Tenha a sua opinião, mas pare para refletir no que o outro lado está dizendo, e volte atrás quando souber estar errado. Nunca se preocupe em perder a personalidade. Isso só acontece quando se é cabeça-dura.
Aprenda com seus erros. Você vai cometer muitos, então os use como uma ferramenta de aprendizado. Se você continuar cometendo o mesmo erro ou se meter em problema, está fazendo algo errado.
Evite rebaixar alguém para outra pessoa; isso só vai fazer você ser visto como mau. Se você tiver um problema com alguém, diga a ela pessoalmente. Suspenda fogo! Se alguém importuná-lo, não reaja imediatamente. Uma vez que você disse alguma coisa, não pode mais retirá-la, e a maioria das pessoas merece uma segunda chance.
Divirta-se. Se isso envolve assumir riscos, assuma-os. Se for pego, coloque suas mãos para cima.
Doe para a caridade e ajude os menos afortunados que você: é fácil e muito recompensador.
Sempre olhe para o lado bom! O copo está meio cheio, nunca meio vazio. Toda adversidade tem um lado bom, se você procurar.
Faça seu instinto pensar sempre, sempre em dizer ‘sim’. Procure razões para fazer algo, não as razões para dizer ‘não’. Seus amigos vão gostar de você por isso.
Seja gentil: você conseguirá mais do que você quer se der ao outro o que ele deseja. Comprometer-se pode ser bom.
Sempre aceite convites para festas. Você pode não querer ir, mas eles querem que você vá. Mostre a eles cortesia e respeito.
Nunca abandone um amigo. Eu enterraria cadáveres por meus amigos, se eles me pedissem… por isso eu os escolhi tão cuidadosamente.
Sempre dê gorjeta por um bom serviço. Isso mostra respeito. Mas nunca recompense um mau serviço. Um serviço ruim é um insulto.
Sempre trate aqueles que conhecer como seu igual, estejam eles acima ou abaixo de seu estágio na vida. Para aqueles acima de você, mostre deferência, mas não seja um puxa-saco.
Sempre respeite a idade, porque idade é igual a sabedoria.
Esteja preparado para colocar os interesses de seu irmão à frente dos seus.
Orgulhe-se de quem você é e de onde você veio, mas abra a sua mente para outras culturas e línguas. Quando começar a viajar (como espero que faça), você aprenderá que seu lugar no mundo é, ao mesmo tempo, vital e insignificante. Não cresça mais que os seus calções.
Seja ambicioso, mas não apenas ambicioso. Prepare-se para amparar suas ambições em treinamento e trabalho duro.
Viva o dia ao máximo: faça algo que o faça sorrir ou gargalhar, e evite a procrastinação.
Dê o seu melhor na escola. Alguns professores se esquecem de que os alunos precisam de incentivos. Então, se o seu professor não o incentivar, incentive a si mesmo.
Sempre compre aquilo que você pode pagar. Nunca poupe em hotéis, roupas, sapatos, maquiagem ou joias. Mas sempre procurem um bom negócio. Você recebe por aquilo que paga.
Nunca desista! Meus dois pequenos soldados não têm pai, mas são corajosos, têm um coração grande, estão em forma e são fortes. Vocês também são amados por uma família e amigos generosos. Vocês fazem o seu próprio destino, meus filhos, então lutem por ele.
Nunca sinta pena de si mesmo, ou pelo menos não sinta por muito tempo. Chorar não melhora as coisas.
Cuide de seu corpo que ele vai cuidar de você.
Aprenda um idioma, ou pelo menos tente. Nunca comece uma conversa com um estrangeiro sem primeiro cumprimentá-la em sua língua materna; mas pergunte se ela fala inglês!
E, por fim, tenha carinho por sua mãe, e cuide muito bem dela.
Amo vocês com todo meu coração,
Papai”

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Depressão Infantil

Quando se pensa em depressão, automaticamente nos vêm a imagem de alguém que apenas chora, fica melancólica, deprimida, contudo, esta doença pode se manifestar de diferentes formas e, em especial nas crianças, é um tanto mais difícil de se identificar, pois os sintomas podem ser confundidos com malcriação, pirraça ou birra, mau humor, tristeza e agressividade. O que diferencia a depressão das tristezas do dia-a-dia é a intensidade, a persistência e as mudanças em hábitos normais das atividades da criança.A depressão infantil costuma se manifestar a partir de uma situação que sinta como traumática, tais como: separação dos pais, mudança de colégio, morte de uma pessoa querida ou animal de estimação, entre outros.Os sintomas para os quais os pais precisam ficar atentos são: desatenção em tudo o que se tenta fazer; dificuldade de memória e raciocínio; angústia; agressividade; alteração do apetite; ficar freqüentemente cabisbaixo; falta de prazer em realizar atividades que, anteriormente já fazia e não demonstrava insatisfação; isolamento; apatia; alteração do sono (ou dorme muito ou não consegue dormir); queixa-se de muitas dores; sentimentos de inferioridade; freqüente sensação de cansaço; pensamentos associados à tragédias; sentimentos de culpa e uma imensa dificuldade em se afastar da mãe.Contudo, à medida que os pais se dão conta de que algo precisa ser feito pelo filho, seja através da escola, algum amigo, pediatra, etc., vem uma série de questionamentos, do tipo “onde foi que eu errei”, permeado por sentimentos de culpa, por acreditar que sempre fez o melhor pelo filho, deu atenção, carinho, presentes, entre outros, e que isso não poderia ter acontecido, até porque nunca nada, faltou ao filho. Mas acredito que o mais importante a se compreender é que, independente da realidade externa, a forma como tudo é sentido internamente independe de fatores externos, é a realidade dele, e cabe ressaltar que isso justifica o porquê de tantas diferenças entre os irmãos, que, na maioria das vezes, são criados da mesma forma, porém, reagem de forma distinta.Ao primeiro sinal de depressão, os pais devem acolher a criança e encaminhá-la a um profissional o mais rápido possível. Na maioria das vezes, o apoio da família e a psicoterapia são suficientes.


Referências:WELLER, E. B. e WELLER, R. A. Transtornos depressivos em crianças e adolescentes. In: Transtornos psiquiátricos na infância e adolescência.  Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.

Para mamães se informarem!

Recebi essa propaganda por email, e achei interessante repassar, para que assim possam fazer um bom uso!


segunda-feira, 14 de maio de 2012

Algumas reflexões que podem ajudar na rotina com os filhos

1. Estar disposto a certos sacrifícios.
2. Manter comunicação constante. As conversas fazem parte da educação.
3. Não atender as birras, mas aos pedidos.
4. Expor à criança que só será atendida se pedir em tom de voz normal.
5. Evite usar os personagens de televisão para amedrontar ou punir os filhos, faz mais sentido alegar que são os pais ou cuidadores que estão educando.
6. Não voltar atrás.
7. Oferecer algum tempo diário para descontração;
8. Evite a contradição entre o que é dito. A criança se sente confusa e dividida;
9. Os pais são o modelo a ser seguido. Pense que tipo de modelo é o seu;
10. Não acredite que o tempo, por si só, dará jeito na situação. Não haveria sentido em existir a educação.


Liberdade um pouco confusa

“Hoje em dia a criação está muito confusa, não sabemos mais o significado da palavra liberdade. Acho que a liberdade dada hoje em dia pelos pais está mais ligada à acomodação, pois é muito mais fácil criar com liberdade.
Queremos ser pra frente, achando que dessa maneira traremos os jovens para perto de nós, mas não é assim. Temos que mostrar para esses jovens que nos importamos com eles.
Meus filhos não me dão dor de cabeça, até que tentaram, mas acho também que a fase passou bem rápido por eles. Procuro sempre conversar com eles.
Muitos pais procuram escolas com perfil mais rígido, para depois cobrar da escola o que eles não conseguiram dar a seus filhos, ou seja, uma maneira de tirar um pouco a responsabilidade de seus ombros”.
          (Giselda Simas Vianna de Mendonça, 25/6/2003 - Educação Pública - Discutindo.mht)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Liberdade, Organização e Limites na Adolescência

Adolescência. Esse termo não causa espanto ou novidade nos dias atuais; palavra simples (conceito nem tanto) que permeia os discursos tanto da ciência como do senso comum e aparentemente bem definida: fase que segue à puberdade – aproximadamente entre 14 e 21 anos. Mas, nem sempre a adolescência foi uma fase supostamente conhecida, valorizada e estudada como no século que acabamos de ultrapassar: o século XX.
Mas afinal, o que é adolescência?
A adolescência é, sem qualquer dúvida, uma fase de transição, da infância à idade adulta, mas está muito longe de ser um hiato, já que seus processos são intensos, ainda que sejam a maioria internos.
Educar adolescentes é uma tarefa instigante, emocionante, e, provavelmente, nenhuma outra vai trazer-lhe um retorno tão extraordinário. Os adolescentes querem emoção, vibração, e nem sempre, ou na minoria das vezes, agem de forma ajuizada. Querem privacidade, independência e os privilégios de um adulto, mesmo sem serem merecedores dessas regalias. Mas, sobretudo, lá no fundo, acredito que queiram amor, respeito e aceitação por parte de seus familiares.
Quase sempre os pais acham que educar um adolescente exige um esforço monumental, assustador, cansativo e capaz de pôr em risco o equilíbrio mental de qualquer um. É comum ouvirmos comentários do tipo: “Porque os adolescentes não vêm com um manual de instrução?”, “Tudo o que eu faço meu filho critica”.
Não se deve partir da premissa que ser pai, é saber de todas as respostas o tempo todo. Não tenham a pretensão de que é necessário tomar a decisão correta em todas as situações. Não dá pra fazer tudo sozinho!  
O período da adolescência é caracterizado pela necessidade de fazer escolhas, tomar decisões. É a busca do “eu” nos outros, na tentativa de obter uma identidade para si mesmo, pois é, sejam bem-vindos à famosa “crise de identidade”! E todo esse processo acarreta angústias, passividade ou revolta, dificuldade de relacionamento inter e intrapessoal, além de conflitos de valores, que, vira e mexe, nos questionam: “agora você vai ter que me agüentar, porque não fui eu que pedi pra nascer!” E acredito que, nesse momento de fúria, no qual nos enfrentam, testam, é que nos perguntamos “Como dar limites para um típico adolescente?”. É preciso esclarecer que, dar limites à um adolescente, é criar um espaço protegido, dentro do qual o adolescente poderá exercer sua espontaneidade e criatividade sem receio e riscos.
Não existe um conteúdo organizado sem um continente que lhe dê forma.
Limite significa envolvimento, “conter” o adolescente, suportar suas reclamações e protestos, enfim, enfrentar dificuldades. O limite é organizador, e nossos filhos, pedem isso de forma indireta, o tempo todo!
A pior forma de se educar um filho é não ter uma diretriz, uma linha educacional que lhes dê clareza e segurança. Se você for mais tradicional, mais liberal ou um misto destas duas tendências, tudo bem: desde que as coisas fiquem claras para os filhos, desde que haja coerência, constância e justiça nas atitudes dos pais.





Liberdade, Organização e Limites na Infância

A família é o lugar privilegiado para a promoção da educação infantil. Tem uma função organizadora e exerce papel fundamental na transmissão de valores e formação de conduta da criança.
Se pensarmos em termos de cronograma, a educação dos filhos até meados do século passado era um tanto diferente das atuais. No passado, a autoridade era inquestionável, os pais puniam, castigavam como um direito legítimo de educador, utilizavam-se daquela velha frase que ainda hoje, é comum algumas crianças ouvirem: “criança não tem querer!”.                    
Distorções e enganos em relação a essa nova forma de relacionamento familiar acarretaram mudanças na maneira de educar e trouxeram conseqüências inesperadas, tais como: filhos desobedientes, com problemas na escola, rebeldia, entre outros. E conseqüentemente, novas expectativas foram geradas quanto ao exercício das funções paternas e maternas.
Pensar na função materna nos remete ao cuidar, amamentar e construir na criança o sentimento de ser amado. Mostrar à criança que a realidade não é um mundo só de prazer, amor, carinho e satisfação, mas que também inclui perdas, separações e frustrações. As minhas experiências profissional e pessoal me ensinaram que a redoma não importa e também não é expressão do amor incondicional de pai e mãe. A gente tem é que ensinar os filhos a viver fora da redoma, ultrapassando todos os degraus com maestria, segurança e tranqüilidade.
A função paterna sempre esteve atrelada à idéia de manutenção, de provimento e de poder sobre os demais membros da família, entretanto, com o declínio do patriarcalismo e a luta das mulheres pelo direito à igualdade, essas concepções se alteraram. Contudo, nos dias de hoje essa função também está associada às regras, limites e organização dentro de casa, alguém que possa fazer a interdição, dizer pra criança que ela não pode extrapolar!
A presença do pai na vida do filho é tão importante quanto à da mãe, cada qual desempenhando suas funções no decorrer do desenvolvimento da criança.
Mas de nada adiantam mil teorias se na prática somos bombardeados por infinitas dúvidas, inseguranças, além das culpas que nos cercam diariamente! E acredito que as perguntas mais freqüentes são: devemos fazer regras em nossa casa? Como elas podem ser feitas? Quais os castigos que eu posso utilizar? Quando dizer sim ou dizer não? Enfim, é comum nos depararmos confusos e sem saber pra onde recorrer. Por isso, tenham claro que os filhos devem se tornar independentes sim, mas somente quando os pais tiverem exercido seus papéis e preparado seus filhos para que sejam eles mesmos. É importante que vocês, pais, estabeleçam poucas regras e que estas não sejam tão rígidas, nem tão pouco difíceis de serem cumpridas. É essencial que haja na criança o desenvolvimento sobre os valores morais e éticos, sobre o que é certo ou errado.
É possível SIM, ser um pai moderno, sem perder a autoridade, sem deixar que os filhos cresçam sem limites e sem a capacidade de enxergar e compreender o outro.
Mas afinal, o que é dar limites?
Simplesmente demarcar o que é permitido fazer ou não. Dar limites não se choca com dar carinho, atenção, segurança e amor aos filhos. Agir com segurança e firmeza de propósitos, mas com muito carinho faz com que os pais atinjam os objetivos educacionais com autoridade, que é diferente de autoritarismo!
Ver os filhos crescendo, tornando-se adultos interessados e responsáveis, é um sonho de cada um de nós. Vale à pena refletir sobre como estamos nos relacionando com nossos filhos!!!


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Onde Tudo Começou...

O blog Psicologia do Desenvolvimento – da Infância à Adolescência surgiu a partir do momento em que me dei conta que, na clínica não basta apenas atender, atender, atender... É necessário ampliar, poder contribuir, inclusive e principalmente, com pessoas as quais temem chegar à um psicólogo, e se utilizam daquele velho jargão que “isso é coisa de louco”. Bom, a partir de então, a dúvida.... E como começar?? O que escrever???

Melhor me apresentar logo de uma vez e tentar convencer a mim e a vocês (da importância?) do meu espaço aqui.

Sou Psicóloga Clínica formada pela Uniderp – Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal e, antes mesmo de me formar iniciei uma Pós-Graduação em Psicoterapia de Orientação Analítica e em seguida ingressei na Especialização em Psicoterapia da Infância à Adolescência. Desde que me formei atuo na área clinica e também um pouco na social (a qual estou de saída), por querer me dedicar total e exclusivamente ao meu consultório. Depois que meu filho nasceu, o Eduardo, que completou 3 anos em Abril, tive a constatação, na prática, e não só na teoria ou vivência clinica, que cuidar requer ainda mais cooperação, respeito e comprometimento, por isso, este blog tem como objetivo ajudar pais e mães a entender melhor os cuidados na relação com os filhos e ver que não estão sozinhos neste  mundo de descobertas!

A gente só precisa abusar daquilo que os pais têm de melhor: os olhos, o coração e os instintos.