terça-feira, 10 de julho de 2012

Dislexia

Lendo artigos para colocar no meu blog, encontrei este sobre dislexia da Dra. Ana Luiza Amaral Sant’Anna Borba, psicóloga da Associação Brasileira de Dislexia. Acredito que após lerem, muitos pais seguramente vão se sentir aliviados, ao perceberem que às vezes, não é apenas desinteresse dos filhos em estudarem, mas talvez algo a mais, que após diagnóstico, tem grande expectativa de melhora e manejo com relação ao filho. É fato que, inúmeras crianças disléxicas, com bom nível intelectual, são incapazes de utilizar adequadamente alguns instrumentos básicos de comunicação, como a leitura, a escrita, interpretação de texto ou o aprendizado de uma segunda língua, sendo muitas vezes totalmente desmotivadas pelo baixo desempenho escolar. Essas crianças merecem ser encorajadas, a sentir que são capazes e, para isso, nada melhor do que o apoio, amizade, carinho e amor, que precisa vir de todos que as cercam: de seus amigos, colegas, professores e, principalmente, de seus pais.
A dislexia representa um distúrbio do desenvolvimento da linguagem; portanto não é produto de má alfabetização, desmotivação, baixa inteligência ou condição sócio-econômica desfavorecida, se trata de um evento hereditário, com alterações genéticas e de padrão neurológico.
Quando a criança se atrasa na aprendizagem da leitura e escrita, isto poderá acarretar perdas na pratica essencial para construção e fluência do vocabulário, além de ficar cada vez mais para traz na aquisição da capacidade de compreensão e do conhecimento do mundo que a cerca.
Ainda hoje acredita-se que essas deficiências são passageiras e será logo superadas, contudo isso não passa de um mito; pois as pesquisas revelam que em cada 4 crianças que lêem com dificuldade na 3ª série, terão problemas no Ensino Médio e Superior.
Os educadores podem desempenhar um papel fundamental na identificação de um problema de leitura e comunicá-lo à orientação educacional, para que a mesma encaminhe a criança à uma avaliação especializada; pois quanto mais cedo se fizer um diagnostico, mais rápido ele poderá buscar ajuda e evitar a persistência do insucesso escolar e os problemas decorrentes do mesmo, tais como: baixa auto-estima, reprovação, marginalização, evasão, etc.
Para que possamos levantar a hipótese de dislexia em sala de aula, devemos lembrar que o grau de dificuldade varia muito, assim como os sintomas apresentados e estarmos atentos aos seguintes sinais:
- dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;
- falta de habilidade para escrever (ritmo lento, trocas);
- leitura lenta, sem pontuação, com hesitação comprometendo a compreensão;
- discurso pouco fluente, com pausas ou hesitações freqüentes;
- muitas vezes é incapaz de encontrar a palavra correta, confundindo as que têm sons semelhantes;
- dificuldade para lembrar o nome dos objetos, substituindo-os por
 “aquela coisa” ou “aquele negocio”;
- dificuldade para gravar instruções, recados, datas e listas aleatórias;
- dificuldade para memorizar seqüências (alfabeto, meses do anos, tabuada, números de telefone, etc);
- pode realizar calculo mental, mas confundir-se na hora de registrar a operação no papel;
- pode apresentar dificuldades para compreender problemas;
- dificuldade na aula de Educação Física;
- desorganização (perde material com freqüência e para executar as atividades);
- confunde direita e esquerda;
- deficiência em manusear mapas e dicionários;
- desempenho insatisfatório nas avaliações somativas.
Estas diferenças não são observadas ao mesmo tempo em todos os disléxicos, elas ocorrem em diversas combinações.
Além desses aspectos, podemos observar habilidades tais como:
- conceituar, raciocinar, imaginar e abstrair
- capacidade para entender o todo
- compreender aquilo que se lê para ele
- excelente desempenho em áreas que não dependem da leitura
- aprendizagem realizada mais pelo significado do que pela memória imediata
- desempenho na média ou acima nas avaliações formativas alternativas.
E não se esqueçam de que homens como Leonardo da Vinci e Walt Disney também eram disléxicos!

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